Todo pensamento é movimento da vida em direção à Sabedoria Infinita.
A mente é o espelho da vida em toda a parte. (...) Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão. O reflexo esboça a emotividade. A emotividade plasma a ideia. A ideia determina a atitude e a palavra que comandam as ações. (...) O reflexo mental mora no alicerce da vida. Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador. (...) em todos os domínios da Universo vibra, pois, a influência recíproca.(Emmanuel. Pensamento e Vida)
A Realidade é algo que devemos sentir, e não objeto de especulação. Mas só poderemos senti-la depois de a mente-coração haver cessado de acumular. A mente-coração não deixa de acumular, pela simples negativa ou determinação, mas somente pela autovigilância; pelo autoconhecimento descobre-se a causa da acumulação. Só é possível sentir a Realidade depois de cessar o conflito dos opostos. (…) (Krishnamurti. Claridade na Ação, pág. 77)
Para que haja o bem-estar do homem, faz-se necessária uma transformação, não no nível superficial porém no centro. O centro é o “eu”, que está sempre acumulando. (…) Nessas condições, se vós e eu reconhecemos esse fato, surge então o problema: pode a mente despojar-se de todo o seu conteúdo, libertar-se de toda a carga que ela mesma se impôs ou que lhe foi imposta? Claridade na Ação, pág. 154)
Só quando a mente está vazia, existe a possibilidade de criação; mas não falo desse vazio superficial de que quase todos nós nos queixamos. (…) Não falo dessa espécie de vazio, que é falta de reflexão. Pelo contrário, refiro-me ao vazio que resulta de uma extraordinária atividade de reflexão, quando a mente, percebendo a sua própria capacidade de criar ilusões, passa além. (Claridade na Ação, pág.155)
O exame dessa questão requer não só o ato de escutar, mas também o ato de perceber, de ver. Em verdade, escutar é ver. Para ver uma coisa mui claramente, (…) olhá-la sem permitir que seja deformada pelo preconceito, pela opinião, experiência, saber, pois tudo isso impede-nos o olhar. (Encontro com o Eterno, pág. 36)
Agora, se observardes com muito cuidado, vereis que, embora a reação, o movimento do pensamento, pareça tão célere, existem vãos, existem intervalos entre os pensamentos. Entre dois pensamentos há um período de silêncio não relacionado com o “processo” do pensamento. (…) Assim, a compreensão do processo do pensar é meditação (…) (Que Estamos Buscando?, pág. 180)
Não sei se já pensastes alguma vez no que significa olhar, ver. Trata-se simplesmente da percepção visual, ou o ver, olhar, é algo muito mais profundo do que a percepção visual? Para nós, em geral, “ver’ implica algo imediato: o que hoje está sucedendo e o que irá suceder amanhã; e o que amanhã sucederá terá o colorido do ontem. Nosso modo de olhar, portanto, é muito estreito, muito aproximado, muito circunscrito, e nossa capacidade de olhar, muito limitada. (…) ( Krishnamurti, O Passo Decisivo, pág. 120)
Quando dizeis: “vejo aquela árvore”, estais vendo-a realmente, ou vos estais satisfazendo apenas com a palavra “vejo”? (…) Dizeis: “aquilo é um carvalho, um pinheiro”, (…) e passais adiante? (…) Isso é muito difícil – olhar – porquanto significa que o nome, a palavra, com todas as lembranças, reminiscências associadas à palavra, têm de ser postos de lado. (…) Se puderdes despojar a mente de todo esse absurdo, podereis então ver – e esse “ver” é completamente diferente de ver através da palavra. (O Passo Decisivo, pág. 132)
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